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quinta-feira, junho 02, 2011
Haverá sangue

Muito se tem falado acerca da ousadia do programa que o Bruno Nogueira escreveu para o horário nobre da RTP. Para mim, a única dúvida acerca d’ “O último a sair” prende-se com a escolha de horário, nada mais. Sendo que o meu eterno exemplo de serviço público de televisão se chama BBC, um horizonte longínquo para a nossa emissora, posso dizer que já lá vi coisas bem mais ousadas, mas mais tarde.

Mas a questão aqui é outra: gostava de ver essas mesmas pessoas, chocadas com o facto de haver crianças a ver o pirilau do Gonçalo Waddington logo a seguir ao jantar, pronunciarem-se acerca da muito anunciada transmissão em directo de mais uma “corrida de toiros”, em horário dito nobre, – lá se vai a nobreza, pelo menos, enquanto característica – com imagens bem mais violentas do que qualquer uma proporcionada pelo Gonçalo (e mesmo que fosse o Roberto Leal). Será que não os incomoda a lição que a televisão pública está a dar às mesmas crianças? Sendo serviço público, a RTP tem obrigação de, mais do que preocupar-se com a mesquinhez das audiências, educar e civilizar um povo com tanto ainda para aprender. Mas há um lobby inexplicável, como em tantos outros sectores da sociedade. E continuamos nisto.

Esta situação faz-me lembrar aqueles estados americanos onde um adolescente não pode comprar uma lata de cerveja mas pode comprar uma arma.

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Damon at 11:53 da manhã