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Sempre que fecho os olhos Às vezes, Preciso de fechar os olhos Para me entreter Na teia dos sonhos, Perder-me no rumo, Brincar com as cordas De uma guitarra velha, Esquecida no sótão, Ao lado de caixas de cartão Cheias de brinquedos. Há uma magia de nuvens No meu céu. Um momento. Uma memória. Uma selvagem esperança De voltar ao princípio do mundo. Há uma criança que brinca No meu sótão. Há uma criança que brinca No meu jardim. Que colhe flores Sem as matar. Tenho um armazém De esboços Na despensa Da minha sala de estar. Sou uma honestidade De claro-escuro, Sempre que fecho os olhos, Sempre que uso os olhos Para ver. Há uma chávena De chocolate quente E um pratinho de biscoitos Algures à minha espera. Às vezes. Sempre que fecho os olhos. Etiquetas: inglaterra, poema Damon at 2:53 da tarde Foi num Agosto de sombras, De chuva inglesa, miudinha e certeira, Que pus pés ao caminho E por entre a humidade, Fiz o que me era suposto: Caminhei. Pela Alma Road, Andei em linha recta, Sem medo dos bichos da noite, Das lojas de take away Exaustas e assombradas Ou dos condutores de olhar perdido E lágrimas no pára-brisas. Pouco antes de chegar À Silver Lady, reparei Que a Tentação caminhava ao meu lado, Lembrando-me outras noites Feitas de frio mas não de chuva, De uma cidade de anjos E não de uma rua de almas. A Tentação, Leve e sorridente, Riu-se comigo do sinal de “no exit” À porta do cemitério. Convidou-me a tomar um copo Num dos bares de Charminster. Acenei-lhe que não Como quem recusa responder A um inquérito de rua. Mantive os olhos no horizonte E disse-lhe: “Lamento desiludir-te. Eu não bebo; choro.” E continuei, Como quem caminha à beira-Tejo, Ao ritmo dos The Cure, Em passos decididos A seguir o relevo Do passeio. Até que o dia me levasse. É que a outra Alma Road Vai ter a Charminster; Esta apenas vai. Etiquetas: inglaterra, poema Damon at 11:59 da tarde
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outras praias
where words come together as waves, blue and beautiful, dying in the whiteness, but repeating themselves like music notes, from sunrise to sunset to sunrise again. um livro: «Saudades de Nova Iorque», de Pedro Paixão. um filme: «Memento». um disco: «King of limbs», Radiohead. |