lkkk
lkjhg
Poema-mensagem sobre Londres naquele dia Isto É uma espécie de SMS. Mas sabes que, para mim, é Sempre Mais Simples Pegar na esferográfica e, Ainda que risque, Adultere e viole o espontâneo, Sou mais capaz de dizer o que sinto. Mal de mim Que digo o que sinto. Londres é cinzento. É o céu da cor dos prédios E os prédios da cor do céu. Aqui e ali, Umas manchas vermelhas Escorregam pelas ruas húmidas. Outras manchas, Pretas, mais pequenas, Apregoam o seu estilo E vendem-se em miniatura Como Galos de Barcelos. Londres é azul, Porque a luz cinzenta Assim se desenha Nos edifícios cinzentos. Londres é dourado, Só para enganar, Pintam-se as pontes E o cume das estátuas, Que se querem altas, Para que se confundam com Aviões que voam baixinho E contrastem com o céu. Londres é amarelo, Porque o dourado Perde inevitavelmente o brilho. Ou seja: Londres é colorido. Mas só com dois pares de olhos Se consegue ver as cores. Londres Não é como Paris. Em Paris, Está escrito Que se anda de mão dada À pessoa oferecida. Em Londres, Passeiam-se os amigos, E o romantismo É o desse abraço quente E permanente. Aqui, Sinto-me mais português Do que na China. O meu sorriso é verde E vermelho, Com um escudo Na ponta do nariz. Sussurro na névoa Da minha respiração Palavras da nossa língua, Cantadas com mais força, Até parece! Mas sou generoso. Dou-lhes o sorriso que não têm. Em troca, Peço apenas que me deixem Viver um bocadinho Deste país que arrepia. Que vicia. Estou triste, Sem o abraço quente, Sem distinguir as cores submersas No reflexo do rio. Mas sei Que vou cá voltar. Again and again. Mesmo que sozinho E a preto-e-branco. Londres, 29 de Novembro de 2008. Damon at 3:54 da tarde
|
outras praias
where words come together as waves, blue and beautiful, dying in the whiteness, but repeating themselves like music notes, from sunrise to sunset to sunrise again. um livro: «Saudades de Nova Iorque», de Pedro Paixão. um filme: «Memento». um disco: «King of limbs», Radiohead. |