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Quem me dera que o meu carro sem airbag voasse em direcção ao muro de betão. Quem me dera que dos meus pulsos jorrasse a vida até ficarem vazios. Quem me dera que o coração parasse em vez de dar atenção a alguém que não pára de se afastar. Quem me dera que a água corroesse e que o pão engasgasse e que os comprimidos fossem mais fáceis de engolir. Quem me dera que a distância da ponte D.Luís ao rio Douro fosse mais pequena e não desse hipótese de recuar. Quem me dera que a dança das armas acabasse no momento em que uma delas decidisse agir. Quem me dera que a faca ganhasse vida e vontade. Quem me dera ter coragem de dizer adeus. AVISO: Não liguem ao que eu disse. Não pensem ser como eu. O mundo não gosta de pessoas tristes. O mundo prefere a hipocrisia à tristeza sincera. Damon at 6:00 da tarde
There is a light that never goes out Take me out tonight Where there's music and there's people Who are young and alive Driving in your car I never never want to go home Because I haven't got one Anymore Take me out tonight Because I want to see people and I want to see lights Driving in your car Oh, please don't drop me home Because it's not my home, it's their home And I'm welcome no more And if a double-decker bus Crashes into us To die by your side Such a heavenly way to die And if a ten ton truck Kills the both of us To die by your side Well, the pleasure - the privilege is mine Take me out tonight Take me anywhere, I don't care I don't care, I don't care And in the darkened underpass I thought «Oh God, my chance has come at last» (But then a strange fear gripped me and I Just couldn't ask) Take me out tonight Oh, take me anywhere, I don't care I don't care, I don't care Driving in your car I never never want to go home Because I haven't got one, I haven't got one And if a double-decker bus Crashes into us To die by your side Such a heavenly way to die And if a ten ton truck Kills the both of us To die by your side Well, the pleasure - the privilege is mine There Is A Light And It Never Goes Out There Is A Light And It Never Goes Out There Is A Light And It Never Goes Out There Is A Light And It Never Goes Out There Is A Light And It Never Goes Out There Is A Light And It Never Goes Out There Is A Light And It Never Goes Out There Is A Light And It Never Goes Out There Is A Light And It Never Goes Out Damon at 10:27 da manhã
Lembras-te de quando eu dizia Que qualquer dia era importante? Nessa altura, o sol ainda aparecia, de vez em quando, Levava-me a ter esperança E a andar de camioneta pelos campos. Não há novidades desde então, Pelo menos, que te possam fazer sorrir, Meu perfeito mundo, delicada flor Inacessível, fechada no casulo das tuas pétalas, Na elegância do teu novo sorriso. Sou um pobre de espírito, As ideias são muitas, valem menos de 1 cêntimo, Tocam na rádio de vez em quando E chamam-se recordações da vida inteira, A maioria nunca aconteceu. Será que me entendes? Será que repetes as minhas palavras, O diário neurótico de um astronauta, Na voz encantada que me conta histórias Todas as noites, enquanto estou a dormir? Será que percebes Que o espelho mente, O presente não é mais do que A recordação do passado, O espelho mente E a Joana tinha razão: Já passei dos oitenta. O espelho mente, Já vivi a vida inteira, Revivi cada momento Num só dia sem ninguém. O espelho mente. E o calendário também. Amanhã não é um dia. É a vida inteira, todos os anos, 24 horas de um filme independente, Sem público mas com muitas nomeações para o Óscar Que nunca ninguém ganha porque nunca ninguém quer ser Melhor Actriz Principal. Amanhã não te sintas Como eu sempre sem ti. Damon Durham Damon at 1:59 da tarde
Bem, dizia eu que ia fazer um exame de CDI (Comunicações Digitais e Internet, tinha ficado a saber umas horas antes a olhar para as fotocópias, que antes nunca tinha percebido bem o conteúdo das três letrinhas). Se me corresse bem, sentir-me-ia apto a desempenhar na perfeição a função de electricista ou arranjar um mui criativo posto de trabalho numa loja de informática a vender cd's virgens a putos de catorze anos que querem gravar jogos. Sugeri então à direcção do meu querido curso (sim, aquela que de certeza não lê o meu blog) a criação de uma nova disciplinada que se poderia chamar «Tiragem de Cafés e Manutenção das Máquinas». Ser-nos-ia certamente útil para o futuro e já agora, tal como em CDI (ver primeira linha do segundo parágrafo) falamos de cabos coaxiais (tem a ver com as rãs, não é? São elas que coaxam...) e de cablagem (por causa do couro cabludo), poderiamos aprender como se cria o material que envolve a máquina de café, as diversas hipóteses de construção: alumínio, plástico... Tem tudo a ver com jornalismo porque jornalismo tem tudo a ver com tudo. Até com comunicação social, vejam lá! Bem, pegando na parte do café, passei há bocado pelo under_grounds.blogspot.com, um sítio onde as palavras adquirem um significado novo. Gostei muito, decidi que nunca seria engenheiro (bem, já podia ter chegado a essa conclusão há mais tempo) porque gosto demasiado de poesia, muito mais do que de topologias em estrela ou em malha (prefiro casacos em malha, as topologias são muito desconfortáveis e não dão jeito nenhum no Inverno). Lá encontrei belos pedaços de poesia e até uma coincidência curiosa... Tocou-me bastante o poema «se partires, não me abraces». É curioso que a autora do texto me tenha um dia dito que eu não tinha gosto literário e que era um moralista, practicamente aconselhando-me a desistir de escrever. Quis matar-me a senhora, matar o que eu tenho dentro de mim mas não conseguiu... Bem, podia detestar o poema mas não. E conheço outros da sua autoria de que também gosto. Às vezes, o ódio é como o amor, não-correspondido. Sinceramente, acho que este texto está bastante pior do que o que eu tinha escrito há bocado, aquele que foi vítima do atentado por parte dos engenheiros terroristas. Mas olha, foi o que se arranjou, a esta hora, já a loja devia estar fechada que o sono é tanto que me parece difícil dormir esta noite. Devo ir dar uma volta por aí, sem sair do quarto como Xavier de Maistre. Devo sonhar mais um pouco, enquanto tenho esperanças de acordar e ser tudo verdade. Bem, isso é outro assunto. Damon at 10:25 da tarde
Hopelessness makes me thirsty, A twitched body dances the end theme, And Winter’s tears make me blind, They just push me through the doors of time. In this cellar of words I find the alcohol, The liquid sentiment that drowns my soul And little boats carrying ginger and girls Just pass me by, Leaving strange melodies for me to find. The light of days has faded, now, All I see is a river and wood and wine In the shape of sentences I’ve never said, That make me feel closer to the divine «Comedy!», some may say, sciencemen probably, But in this cellar of words I find the essence They cannot create with laboratory rats, In this cellar of words, I drink the message And drunken myself on it. Love is the one That makes me drown my tongue Love is the one That could make me strong Or a dead man. Damon Durham (22nd November 2002) Damon at 11:33 da manhã
Take me where there's flowers, Where music plays and hours Don't hurt like bad dreams, Take me where they're all good. Find me a place in the mountain, Where we could see the sunset Everytime we wanted to, And night was bright as day. Take me where my eyes don't rain, Where my being is not 90% pain, Take me, I'll close my eyes As you drive through magnetic motorways. Take me away Take me any way This life stinks like hyperlinks, How I hate the virtual things, I want to touch and feel And live But not alone. Take me Whoever you are. Damon Durham Damon at 8:36 da tarde
Damon at 12:03 da tarde Chegámos lá ao fim da tarde, Tom aconchegava-se ao casaco À falta de roupa mais quente, O Sol estava triste e despedia-se. Quatro paredes de histórias, Um telhado de cabelo a cair, E à porta um tapete roto do pouco uso, Esperando pés que o gastassem, Que mostrassem assim o respeito Pela casa onde já não mora ninguém. Tom abiu a porta que ganiu, A luz que entrava pelas janelas incapazes De esconder a desgraça do corpo Era a da melancolia do fim. Tom apercebeu-se Da solenidade do momento. Subimos as escadas podres, Enfiámos os pés em buracos rotos Outrora pontos de passagem De passos felizes, apressados, Em direcção a quartos onde os brinquedos dormiam. Lá em cima, morava a memória Adormecida em caixas de cartão e quadros Que parecem segurar as paredes Velhas, implorando uma eutanásia de caterpillars. Tom e eu, sentados aos pés da cama Onde a ferrugem substituiu o ferro Tal como as lágrimas substituem os olhos Quando voltamos a ser humanos. Tom chorou. Reconheceu naquele espaço O abraço quente do seu passado, O beijo na face ao deitar As histórias contadas E as outras, que ficaram por contar. Naquela casa, Já não mora ninguém. Ficámos ali dez minutos, Um por cada dedo das mãos Que acariciaram o pó dos dias, A última marca do tempo Em que aquele sítio vivia. Depois, saímos, Passámos os quadros tristes, As escadas mutiladas, A porta que gania, O tapete esquecido do uso... Então, Tom fez sinal Ao homem do capacete. Era um bom negócio, A vida não está para lágrimas. E o monstro mecânico avançou E naquela casa, já não mora ninguém, Nem o tapete nem a porta nem as escadas nem os quadros nem a cama nem eu nem Tom. Damon Durham. Damon at 7:38 da tarde
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outras praias
where words come together as waves, blue and beautiful, dying in the whiteness, but repeating themselves like music notes, from sunrise to sunset to sunrise again. um livro: «Saudades de Nova Iorque», de Pedro Paixão. um filme: «Memento». um disco: «King of limbs», Radiohead. |