lkkk
lkjhg
Ocasionalmente, oiço a música do quarto ao lado atravessando as paredes. Até aqui. A flauta que conta histórias de amor simples e solitário, mesmo quando tenta concentrar-se em “From Russia with love”. Mesmo agora, quando sei que o quarto ao lado está vazio. Continuo a ouvir a música, uma quebra luminosa na apatia do meu espaço. Tal como continuo a ouvir a voz estridente que teima em chamar uma chinesa com uma familiaridade de nome: “Paaai! Paaaai!”. Mesmo depois de me dizerem que passaram semanas desde que Pai e a sua amiga estridente – e as suas mãos aparentemente leves que surgiam pesadas no confronto com a madeira da porta – regressaram ao outro lado do mundo. Da mesma forma, como uma flauta, como um chamamento, como uma mão batendo à porta, continuo a ouvir os vizinhos de baixo perdendo-se num caminho que claramente percorreram já muitas vezes: o do prazer. Mesmo agora, que o apartamento onde viviam pede novos inquilinos. São estes sons que me entretêm. Enquanto aguardo o nascer do sol. Etiquetas: inglaterra, música, sons Damon at 4:05 da tarde
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outras praias
where words come together as waves, blue and beautiful, dying in the whiteness, but repeating themselves like music notes, from sunrise to sunset to sunrise again. um livro: «Saudades de Nova Iorque», de Pedro Paixão. um filme: «Memento». um disco: «King of limbs», Radiohead. |