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Viagem pela música das folhas Já cá estou, Atirado para cima da cadeira, Moendo com a língua uma conversa Comigo próprio. Não está cá ninguém. Estar é uma presença constante, Um pouco menos que ser. Os que aqui se vêem passeiam, Nunca ficam. Nunca ficam. Podíamos passear pelo Porto, Eu espero por ti, Vou conversando enquanto aguardo, Podemos ir jantar à Ribeira, Mergulhar os olhos no Douro, Ver como sobrevivem os peixes, Aprender com eles a respirar por guelras Em vez de pulmões E eu até respiro pelo coração E não fumo. Observa a minha quase ausência, Atenta no pormenor dos meus olhos, Os terríveis agentes da polícia secreta Que te seguem, registando Cada passo das tuas longas pernas. Fazem-no pelo prazer que lhes dá, Pelo consolo de um ser Que eu suponho que já tenhas visto, algumas vezes, Empurrando um corpo Como quem empurra o carrinho das compras, Enchendo-o de coisas E pensando no preço a pagar. Voas alto, neste momento, Mais alto do que um B52, Mas tens a graça de um pavão, Não te sabia tão alto no espaço. Desconhecia que o céu era todo teu. Já cheguei. Carreguei o piano até aqui E agora despejo-o sobre estas linhas, Como um momento triste d'O Piano. Vou tocando como posso, como sei, Sou mais um músico que não sabe ler pautas. Damon Durham. Damon at 11:05 da tarde
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outras praias
where words come together as waves, blue and beautiful, dying in the whiteness, but repeating themselves like music notes, from sunrise to sunset to sunrise again. um livro: «Saudades de Nova Iorque», de Pedro Paixão. um filme: «Memento». um disco: «King of limbs», Radiohead. |