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quarta-feira, maio 19, 2004
Pedaço de papel

Sou o poema rejeitado,
Atirado para o lixo
Pelas m?os do progenitor,
Reescrito vezes sem conta,
Rejeitado vezes sem conta.

?s vezes,
Quando o balde é despejado,
Ainda me despeço
Das contas telefónicas fora de prazo
E das cartas que trouxeram más notícias
E, num impulso,
Regresso ao mundo,
Ofereço-me como uma nova tentativa
De levar um sorriso ao coraç?o de alguém.

Mas há sempre uma m?o
Cheia de veias,
Cheia de pele,
Ossuda e sem sentimentos
Que me amachuca mais um pouco,
Que me rasga em pedaços
Rigorosamente quadrados
E depois me devolve ao poço sem fundo
Onde os poetas enterram os filhos imperfeitos.

Já nem a fita-cola me vale.
N?o há livro que me queira
Nem metáfora implantada
Que faça de mim desejado.
Sou o poema rejeitado,
Filho do azar e da falta de inspiraç?o,
Que percorre, ao sabor do vento, as ruas
? espera de uma chuva que acabe com a dor.

Damon Durham.

Damon at 5:44 da tarde

segunda-feira, maio 17, 2004

Ontem, vi a Avenida dos Aliados sarapintada de vermelho, num clima de festa e celebraç?o do único clube verdadeiramente nacional.
Ontem, vi algumas pessoas que apareceram só para provocar, com pedras na m?o, a dirigirem-se para o centro do Porto.
Ontem, vi a arrogância de quem, por estar habituado a ganhar sempre, ultimamente, se esquece de que saber perder é, por si, uma grande vitória.
Ontem, vi uma dedicatória bonita a dois jovens que perderam a vida precocemente.
Ontem, redescobri o prazer de saltar e sorrir e gritar pelo nosso clube (e n?o contra o clube adversário).
Ontem, redescobri que, apesar de estar habituado a pertencer ?s minorias, no desporto, n?o há dúvidas, faço parte de uma imensa maioria.
Ontem, senti um orgulho enorme em ser do BENFICA!

(Ah, e Parabéns ao F.C.Porto, que se bateu com muita classe, reduzido a dez jogadores)

Damon at 7:40 da tarde