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canção do momento: the cure, «plain song» Há momentos em que me limito a deixar cair a cabeça na janela suja do metro, consentindo o apoio momentâneo dos meus cansaços naquela almofada de vidro fumado. Estou na montra cansada do fim de tarde, vendemos – eu e os outros – ao mundo urbano o mito do trabalhador exausto, frustrado e eternamente expectante de que o dia seguinte seja finalmente… Há momentos em que, de cabeça trémula da instabilidade dos carris, penso que não sei para que sirvo. Para quem sirvo. E, no entanto, sei tão bem o que quero. Quem quero. É nessa altura que o coro me grita “assenta os pés no chão”, no latim das pessoas sábias. E de repente, “eu quero” fica sujeito a uma censura e transforma-se em “o que eu posso querer”. Há dias em que a fronteira que divide essas expressões se torna desesperante e anseio por um qualquer espaço schengen onde nos possamos movimentar sem barreiras entre a felicidade que queremos e aquilo que nos é permitido querer. Em momentos desses, em que as certezas jogam futebol na minha cabeça, transformando-se em dúvidas que esbarram sempre na trave e no poste, apetece pedir que peguem em nós e que nos chutem também. Para a baliza. Ou para o buraco. Damon at 12:18 da tarde
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outras praias
where words come together as waves, blue and beautiful, dying in the whiteness, but repeating themselves like music notes, from sunrise to sunset to sunrise again. um livro: «Saudades de Nova Iorque», de Pedro Paixão. um filme: «Memento». um disco: «King of limbs», Radiohead. |