sábado, outubro 14, 2006
Amei.
Talvez me tenha permitido amar.
Como se amar exigisse uma licença passada após prova física e intelectual, com carimbo da delegação local e assinatura autenticada do senhor director-geral.
Como se amar exigisse a presença de três representantes do registo civil, como nos sorteios do Totoloto.
Como se amar não fosse mais do que uma amálgama de bolinhas coloridas, pintadas de números que, ao percorrerem um curto e estreito caminho, ditariam a nossa sorte, cantarolada na voz esganiçada de uma menina sorridente.
Como se amar fosse uma questão de números.
Como se amar fosse uma questão de sorte.
Não.
Amar é uma questão de azar.
Damon
at
4:00 da tarde
quarta-feira, outubro 11, 2006
A menina tropeça?
Tropeça comigo,
Reinventa o significado
De degrau.
Tropecemos.
Inventa comigo uma dança
Que só os distraídos
E os coxos saibam dançar.
Há quem veja apenas a graça
Do que é certo,
Do que está mais do que certo,
Geometricamente planeado
Em forma previamente untada
Com quadrículas perfeitas
De margarina.
Se cairmos,
Caímos a dançar,
Talvez se riam, talvez
Nos aplaudam de pé,
Cheios de vontade
De cair connosco
E sentir o céu a aproximar-se
À medida que nos erguemos.
Tropeça comigo,
Como tão bem sabes,
Não porque te ensinaram,
Não porque expões o diploma
Como o Manet do teu pequeno museu.
Tropeça comigo,
Sem contar.
Assim é que tem piada.
Damon
at
12:54 da tarde
A conhecida organização internacional de luta pelos direitos dos animais, PETA, sobejamente conhecida pelas suas intervenções arrojadas no mundo da moda, pôs um simpático urso a seguir o príncipe Carlos para todo o lado, pouco tempo depois do seu casamento com Camilla Parker-Bowles. Convém explicar que o dito «animal» não é mais do que um activista dos direitos dos animais, sob disfarce, que pretende alertar o herdeiro ao trono britânico para a chacina de centenas de ursos por ano, nas florestas do Canadá. A sua pele é, então, usada no fabrico de chapéus para a guarda real inglesa. O urso seguiu o príncipe durante toda a sua visita aos Estados Unidos e ao Canadá e fez a sua primeira aparição pública no Reino Unido durante uma visita de Carlos a um museu, em Sheffield. Reparando no insólito súbdito que o seguia, o príncipe dirigiu-se-lhe, dizendo «eu conheço-te, vi-te na América!». (ler resto aqui)
Damon
at
12:24 da tarde