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quarta-feira, agosto 08, 2007
Da pele e por baixo dela

1 – Da pele

Arrepio? Que palavra tão básica para uma sensação destas. Básica porque nem sequer dói. Quase não se sente. Apenas o eriçar de uns quantos pêlos, o erguer de uma textura de minúsculos pontos e o consequente esgar de estranheza. Se é isso que sentes quando te conto esta história, quando te descrevo o processo desde a raiz malévola, mostras sensibilidade, mas a repugnância solidária não se compara – não pode comparar – ao arrancar do nosso embrulho derradeiro, ao rasgar do invólucro de onde nunca é suposto sairmos. E agora fecha os olhos e sente. Mais do que o arrepio – eles agradecem o arrepio mas é imprescindível que te esforces por sentir. Agora sim, que abriste os olhos, conseguiste aproximar-te minimamente do que sente o animal esfolado vivo. Aquele que nunca percebe porque o fazem, apenas a indescritível nudez, que não fala de pudores, mas de oposição à vida. (ler resto aqui)

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Damon at 1:30 da tarde


canção do momento: travis, «new amsterdam»

Os campos de milho a caminho de minha casa deviam ser considerados património da UNESCO. Deviam ter sido nomeados para as sete maravilhas, não de Portugal, mas do mundo. Ao pôr-do-sol, deviam ser emoldurados. Naqueles pequenos segundos entre a curva depois dos armazéns, o riacho invisível e as casas que abrem portas para a aldeia, sente-se a paz, o dourado, o “corn fields forever”, como teriam entoado os Beatles, caso não tivessem nascido em Liverpool, mas na Maia. Depois dessa pausa em que o carro avança mas o tempo pára, tudo volta ao normal. Muito menos interessante.

Damon at 11:38 da manhã