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quinta-feira, julho 26, 2007
Fui almoçar. A televisão lembrou-me de que a MTV tem um programa chamado Pimp my Ride, onde se endeusa a arte do tuning. O convidado era o governador da Califórnia, Herr Arnold. Venha o Calvário e as suas groupies de oitenta anos...

Damon at 3:34 da tarde


canção do momento: antónio calvário, "mocidaaaaade"

Hoje é dia dos avós. Mais um título, o que indica que, qualquer dia, seguindo a necessidade outrora enfrentada pelo Governo Celestial, de criar um dia para todos os santos, de modo a evitar reclamações, ainda vamos ter o Dia de Todos os Parentes. Para já, tudo bem, enquanto não chegamos ao Dia dos Primos em 5º grau Da Parte do Pai. O que não está bem é massacrar os netos ao pequeno-almoço para satisfazer os desejos obscuramente saudosistas dos velhinhos. Isso não se faz. Obrigar-nos a ouvir o Toy ainda se suporta, com um pouco de sorriso amarelo e um copo de sumo de laranja. Agora, o António Calvário a repetir mil e quinhentas vezes o refrão da “Mocidade” dá vontade de desejar que o 25 de Abril tivesse tido um bocadinho mais de violência. Ainda mais quando as 1501ª, 1502ª e 1503ª repetições vêm da insistência do Jorge Gabriel em que o público participe. Sempre tive uma relação especial com os meus avós, lamento que já não estejam cá, talvez nesse caso eu me calasse perante a sua sabedoria incontestável, engolisse em seco e aguentasse o frete. Mas admito que bebi o leite mais depressa e meti umas bolachas no bolso. Mais cinco minutos em frente à televisão e sentir-me-ia tão velhinho…

Damon at 12:10 da tarde

quarta-feira, julho 25, 2007

Para uma gata que morreu saudades

A verdade é que pedi emprestada a beleza triste do título a uma dona enlutada. A quem me dirijo em jeito de carta aberta, ao mesmo tempo que aceno ao animal que acabou por ver a última das sete vidas ser-lhe retirada da frente cedo demais. Era uma gata branca, de um branco como nunca vi em mais nenhum animal, parecia feita de nuvem. Muitas vezes a elogiei por isso. Ela, vaidosa, ignorava-me, deixava-se ficar no seu canto. A dona dizia que eu exagerava. No fundo, sabia que eu tinha razão, que aquele felino que se deitava nas suas costas em noites frias de Inverno era realmente um exemplar de rara beleza. Mesmo que não fosse. Ainda que tivesse o pêlo feio e as cores mal combinadas não mudaria o sentido das minhas palavras e das palavras que deram origem a este texto. (ler resto aqui)

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Damon at 1:03 da tarde

terça-feira, julho 24, 2007

Só para matar saudades... Porque ontem falei deste cantinho, às vezes quase me esqueço de que ele existe. Está para aqui, uma praia escondida, só minha e dos poucos que a descobrem por entre as rochas durante a maré baixa. Suponho que muitos desistam pela vigilância intermitente. Compreendo. Mas se a minha presença fosse forçada contrariaria a ideia que o fez nascer.

Às vezes, tenho saudades dos primeiros dias. Quando a ilusão de responsabilidade me fazia franzir a testa - o que agora me dá vontade de sorrir e dizer "enfim!". Mais ainda, tenho saudades da partilha dos primeiros dias. Às vezes, pergunto-me se são duas praias, se não se trata tudo de uma grande coincidência de horizontes.

Damon at 12:48 da tarde