lkkk lkjhg
sábado, novembro 22, 2003
No carro, cabiam mais algumas pessoas, esta noite. Ainda havia espaço para sorrisos enormes e pequenos olhares deliciosos. Ainda havia espaço para alguns cd’s escolhidos minuciosamente. O carro é grande. O carro é enorme, sou eu sentado no meio de um deserto de botões e a vida a passar-me à frente no ecrã de vidro. A vida a passar-me à frente, distorcida pela chuva que transforma os outros carros que passam cheios de gente que troca sorrisos enormes e pequenos olhares deliciosos. A chuva faz dos carros monstros de lanternas na cabeça e das pessoas objectos de cobiça. No carro, cabiam mais algumas pessoas, esta noite. Talvez o medo dos monstros… Talvez o medo da enormidade dos sorrisos e da delícia dos olhares… Talvez se tenham esquecido de que os monstros desaparecem quando o motor começa a trabalhar e as escovas afastam as lágrimas do vidro. Havia espaço, no carro, esta noite.

Damon at 1:00 da manhã

quinta-feira, novembro 20, 2003

Olá. Eu sou um pequeno caos. Gravitei em torno de um sonho e agora que me separaram da minha fantasia, ando perdido dentro de mim próprio e cá fora, todos sentem a falta do meu brilho, da centelha que costumava acender-se em mim, de vez em quando.
Subi ao céu num balão de ar quente, fixei morada numa nuvem branca, no sítio onde as estrelas são pequenos pontos na pele de uma mulher. Desci a pique quando me cortaram a corda. Tenho-me segurado a pessoas que passam por mim e agarram desesperadamente a mortalha do meu peso. Mas ando perdido. Posso não ser o insecto esborrachado no chão mas ando longe da minha morada. Não tenho morada. Na morada. Na morada, vivias tu e eras minha sem saber e eu vivia na nuvem e olhava para ti como quem vê as estrelas que são pequenos pontos na pele de uma mulher. Sou pesado mas isso não é desculpa para tanta gente me deixar cair. Sou um pequeno caos. Tento evitar deixar de ser. Olá.

Damon at 2:32 da manhã