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No carro, cabiam mais algumas pessoas, esta noite. Ainda havia espaço para sorrisos enormes e pequenos olhares deliciosos. Ainda havia espaço para alguns cd’s escolhidos minuciosamente. O carro é grande. O carro é enorme, sou eu sentado no meio de um deserto de botões e a vida a passar-me à frente no ecrã de vidro. A vida a passar-me à frente, distorcida pela chuva que transforma os outros carros que passam cheios de gente que troca sorrisos enormes e pequenos olhares deliciosos. A chuva faz dos carros monstros de lanternas na cabeça e das pessoas objectos de cobiça. No carro, cabiam mais algumas pessoas, esta noite. Talvez o medo dos monstros… Talvez o medo da enormidade dos sorrisos e da delícia dos olhares… Talvez se tenham esquecido de que os monstros desaparecem quando o motor começa a trabalhar e as escovas afastam as lágrimas do vidro. Havia espaço, no carro, esta noite. Damon at 1:00 da manhã
Subi ao céu num balão de ar quente, fixei morada numa nuvem branca, no sítio onde as estrelas são pequenos pontos na pele de uma mulher. Desci a pique quando me cortaram a corda. Tenho-me segurado a pessoas que passam por mim e agarram desesperadamente a mortalha do meu peso. Mas ando perdido. Posso não ser o insecto esborrachado no chão mas ando longe da minha morada. Não tenho morada. Na morada. Na morada, vivias tu e eras minha sem saber e eu vivia na nuvem e olhava para ti como quem vê as estrelas que são pequenos pontos na pele de uma mulher. Sou pesado mas isso não é desculpa para tanta gente me deixar cair. Sou um pequeno caos. Tento evitar deixar de ser. Olá. Damon at 2:32 da manhã
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outras praias
where words come together as waves, blue and beautiful, dying in the whiteness, but repeating themselves like music notes, from sunrise to sunset to sunrise again. um livro: «Saudades de Nova Iorque», de Pedro Paixão. um filme: «Memento». um disco: «King of limbs», Radiohead. |