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A fila começa umas ruas antes. Nota-se pela predominância do vermelho-encarnado. Os pacientes impacientam-se com um sorriso nervoso e a vontade de expressar um orgulho futuro. Imaginam-se amanhã, mostrando snobmente um papel, uma camisola, uma fotografia. Espreitam de vez em quando, principalmente se um carro da polícia se manifesta, porque isso normalmente é sinal de tragédia ou de aproximação de alguém importante. E se estes alguéns são importantes... Muito mais do que qualquer chefe de Estado, estrela de Hollywood ou magnata. Passam 45 minutos sobre a hora marcada. E todavia canta-se e dança-se, não se protesta, não se esboçam tentativas de desistência nem se pede o livro de reclamações. A euforia troca-lhes as letras das músicas ensaiadas, até atingir um auge, com a entrada de uma carrinha no recinto. A polícia, demasiado zelosa, apressa-se a afastar os passageiros da ira sorridente dos fãs. Abre-se a porta e saiem três – não mais – pessoas vestidas da mesma forma. De uma forma parecida com a das pessoas que esperam. Gritam-se os seus três nomes, apelando a um sorriso impossível de não retribuir. Como aquelas anedotas que têm sempre um indivíduo de cada nacionalidade, era uma vez um português, um italiano e um cabo-verdeano em Newark. Rui, Nelson e Fabrizio. É o Benfica na América. Damon at 11:01 da tarde
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outras praias
where words come together as waves, blue and beautiful, dying in the whiteness, but repeating themselves like music notes, from sunrise to sunset to sunrise again. um livro: «Saudades de Nova Iorque», de Pedro Paixão. um filme: «Memento». um disco: «King of limbs», Radiohead. |