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sexta-feira, maio 15, 2009
Os amigos movem-se. Mesmo quando sou eu que me movo, há uma ilusão de sentidos que faz com que aqueles que permanecem, aparentemente se afastem. Como o nosso comboio estacionado na linha parece andar quando é o veículo da linha ao lado que inicia a marcha. Os amigos movem-se porque têm vida, daí que não se atirem pedras, não se culpe ninguém, são as vicississississitudes… E há sempre o medo inegável de que não fiquem. Ou melhor, de que não mantenham o seu estatuto, porque a distância é inimiga da nitidez, há imagens que têm tendência a diluir-se até desaparecerem. Não nego esse medo precoce – ainda falta um verão inteiro pela frente – mas não quero com isto mostrar falta de confiança nesses amigos. Pelo contrário. Do que eu tenho mais receio é da minha inexistência sem a sua presença – tão cobarde que eu sou. Os amigos movem-se. Movem-me. Tocam-me. Mais do que ninguém.

E os amigos são também estes inocentes bichos que adoro e que me adoram de uma forma totalmente inocente, porque inconsciente. Vi parte do debate na SIC. Não o suficiente para tirar conclusões que não tivesse já tirado. Mas ainda fico chocado com a podridão humana. Obrigado, Rodrigo Guedes de Carvalho, por trazer o tema à baila, a bem de uma humanidade desejosa de evolução.

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Damon at 12:32 da manhã

quarta-feira, maio 13, 2009

Fecho os olhos. Sei que ninguém vai entrar porque tranquei a porta. O espaço é meu. Como se mais ninguém existisse, sou egoísta sem prejudicar ninguém – como seria bom que o egoísmo fosse todo assim. Mantenho os olhos fechados. Agora sim, sou livre de viver. E nem por isso canto, grito palavras de ordem, danço ou tiro a roupa. Limito-me a permanecer. Sentado. Sozinho. Nunca mais do que cinco minutos.

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Damon at 12:50 da manhã

segunda-feira, maio 11, 2009

Quase chove. No céu, a ameaça dura desde sexta-feira. Acordei e li as promessas no papel de parede cinzento. Li as promessas e sorri triste como faço quando oiço os políticos. Esses também todos cinzentos. As nuvens soaram demasiado sérias. Ainda me assustei. Os cães uivaram à distância. O comboio que um dia passou nas redondezas buzinou mais perto. Mas sempre quase. Sempre esse quase que não deixa ser. Apenas aproximar, ao mesmo tempo que afasta.

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Damon at 12:51 da manhã