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sexta-feira, novembro 11, 2005
Faltam 130 anos

Sinceramente não me lembro bem se eram estes os números exactos, mas que eram acima dos 110, disso não tenho dúvidas. Refiro-me ao tempo que será necessário a Portugal para atingir a produtividade média da EU, segundo um estudo recente. Sem grandes comentários, apenas uma imagem: aqueles placards electrónicos que começaram com a Expo, continuaram com o programa Polis e o Euro 2004: “Já só faltam 130 anos para sermos tão produtivos como os outros”. Lindo…

A Joana

E a velhinha, pobre coitada, vivida e experimentada e com dores nas cruzes, que foi para a porta do tribunal às 8 da manhã, para ser “a primeira da fila” a entrar para o julgamento de Leonor e João Cipriano, mãe e tio imerecidos da pequena Joana? A senhora, sedenta de alguma coisa para fazer para além de se queixar da reforma e das dores nas cruzes, sorrindo para a câmara da SIC, admitiu que “sim”, só estava ali “por curiosidade” e apenas lamentava ter perdido “uma das sessões do julgamento”. A senhora, coitadinha, precisava de uma distracção… Pobre Joana!

Louise Wener

Vinha eu no metro, que a esta hora é bem mais agradável, sem empurrões para conseguir o melhor lugar ou o pivete de um dia de trabalho, quando me apercebi de uma coincidência: a autora do livro que eu estava a ler era a dona da voz que eu estava a ouvir no meu discman: Louise Wener, a ex-vocalista dos desafortunados Sleeper, que podiam ter dado muito mais se a Britpop não tivesse ficado fora de moda. Ainda assim, conseguiram ser a banda sonora do momento em que o Mark Renton (leia-se: Ewan McGregor) e a Diane (leia-se: Kelly MacDonald) estão os dois e tal e coisa, no Trainspotting. A menina Louise, finda a aventura musical, virou-se para os livros e é agora escritora a tempo inteiro como, aliás, vem escrito no livro. E estou a gostar bastante dele. Consta é que ainda não está traduzido para português, este “Big Blind”. Estejam atentos, senhores tradutores… Ah! E por acaso, a Louise era uma das vocalistas mais sexy do tempo da Cool Britannia, rivalizando com uma tal Sophie Ellis Bextor, mas com o dobro do talento.

Damon at 4:42 da tarde

segunda-feira, novembro 07, 2005

Pensamento de hoje, às 13h30

O tempo frio, a longa caminhada entre Outubro e Abril, faz-me sentir mais vulnerável. Como se a chuva pudesse arrastar consigo a minha pele, deixar-me nu de razão e significado. Daí o buraco para onde me apetece migrar, um buraco tapadinho, onde me sinta seguro e onde os vermes, o plutónio e os monstros que desenho no espelho e os monstros que se apoderam de uma ausência na minha vidas, não consigam chegar. E o frio, o frio que faz desejar chocolate quente e um bom filme enquanto os braços seguram o nosso maior tesouro… O frio quebra-me os ossos e conserva as memórias que eu quero longe da vista.

Pensamento de hoje, às 16h00

Eles olham e chamam-me «estrangeiro!». Eles não permitem bons dias, boas tardes, boas noites, então, como estás, és daqui, por que estás aqui, etc. A porta abre-se e eu estou aqui. Passam e fazem-me velho. Como é que alguém com 25 anos se sente velho?... Quando se sente desnecessário, supérfluo, a precisar de ir à revisão ou de um passeio pelo ecocentro. Eles olham e não me chamam. E eu faço o resto. Nem sequer refiro as excepções…

Pensamento de hoje, às 17h30

Há alturas em que os olhos deviam estar quietos. Os olhos, um bocado crianças a brincar num jardim, podem cair e partir uma perna ou simplesmente magoarem-se. Porque os olhos, tal como as crianças, fartam-se de fazer desenhos que não têm nada a ver com a realidade. Nesses desenhos, a vida é bem mais justa. Esses desenhos são bem mais bonitos do que muitas fotografias. Alguns desses bonecos desenhados merecem bem melhor. E os meus olhos querem muito o bem de alguns desses bonecos.


Damon at 8:58 da tarde