lkkk
lkjhg
Faz hoje um ano, eu escrevi um texto: «Perdi demasiado tempo na busca de mim proprio. Sentei-me na confortavel cadeira e fiz do conformismo uma oraçao que nunca mais acabava. Encontrei-me e perdi-me na busca de alguem a quem contar que me tinha encontrado. Quando encontrei alguem, esse ser ja tinha encontrado outro alguem que, por sua vez, se procurava a si proprio. Foi entao que decidi vir para aqui, eternamente, olhar o mar, onde toda a vida se toca na limpidez das aguas salgadas, numa lagrima gigante.» Este foi o texto que inaugurou o weblog staringatthesea. Um ano depois, continuo a olhar o mar da mesma forma, para o bem e para o mal. Damon at 2:39 da tarde
Jardim de destroços Pareceu-me ouvir a voz Dos fracassos mais ou menos longínquos Mas não o suficiente Para que as suas sombras se espalhem Por toda esta terra inflamada de lágrimas E de folhas a quem foi sugada a vida. Pareceu-me sentir, na cabeça, A mão sábia e habitual das árvores, Lembrando que o Inverno ainda agora começa, Os glaciares ainda nem sequer chegaram E a neve é apenas um orvalho, As dores nos ossos Ainda hão-de os fazer estalar Como o vidro E as pessoas demasiado frágeis. Há aqui uma fonte Sepultada na terra Onde antes havia água. Dos braços da fonte alguma vez Jorrou um qualquer líquido feliz, Uma festa de salpicos Que mataram a sede às plantas E aos poetas. O lixo esquecido Descansa em paz, Sedento de ser mais do que isso. O lixo esquecido Um dia foi importante E coube nas mãos de alguém. O lixo esquecido Percebe-me. E as folhas mil vezes calcadas, Transformadas em cinza Sem que o fogo alguma vez se lhes tenha pegado… Mas a solidão também queima E arde e golpeia e as folhas São pedaços de gente Que um dia caiu do céu, Ficou presa nas árvores E um dia sucumbiu. Ninguém rega este meu jardim, Ninguém reanima o coração resignado de resina Das árvores, Ninguém se alimenta dos seus frutos tristes. Ninguém se senta ao lado Das árvores, Neste banco curvado das vidas que passou Vazio. Ninguém escreve poemas Com as cores escurecidas deste chão Onde um dia alguém dançou (Eu sei, bem vi os passos Marcados à volta da fonte E os sorrisos enamorados Marcados a canivete Nos troncos mortos dos pinheiros). Pareceu-me ouvir a voz do tempo A abrir-me as portas do jardim, A convidar-me para entrar e sentar E em seguida um choro ecoou Para que os meus ouvidos me convencessem A morar aqui Como mais um dos destroços, Como as pedras, as árvores, o pó e as sombras. Damon Durham. Damon at 6:12 da tarde Há dias em que falta a luz. Nesses dias... não sei... mas não é bom de certeza. Damon at 11:08 da tarde
Damon at 1:16 da manhã Damon at 10:34 da tarde
Quero cheirá-los e não posso, Quero beber a seiva, Alimentar-me do mesmo néctar E levá-los aos lábios Para sentir a tez macia Das suas pétalas. Dois olhos como duas flores, Habitantes aleatórios De um jardim Onde eu demoraria horas, Semanas, meses, anos, Décadas, séculos, vidas Em passeios Com pezinhos de lã Para não magoar a natureza. Damon at 7:21 da tarde
|
outras praias
where words come together as waves, blue and beautiful, dying in the whiteness, but repeating themselves like music notes, from sunrise to sunset to sunrise again. um livro: «Saudades de Nova Iorque», de Pedro Paixão. um filme: «Memento». um disco: «King of limbs», Radiohead. |