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cançao do momento: james, «surprise». frase do momento: «e a recordaçao é o que está depois do que foi vivido, como se fosse a memória a construir o dia de amanh?.», Nuno Júdice. Ir ao shopping, num fim-de-semana. Que chatice. Aquilo deve ter açúcar, que as formigas vao todas lá parar. E há quem faça as compras de Natal em Outubro. E há os casais que gostam de se passear de mao dada e mostar ao mundo capitalista que estao bem ou, pelo menos, parecem. Nao contava com uma surpresa tao boa quando decidi enfrentar o exercito dos sacos de plástico. Num cantinho, curiosamente deserto, do Norteshopping, há um espaço chamado Silo, onde se fazem exposiçoes. Foi lá que mais uma vez me apaixonei pela fotografia, em particular pela fotografia de seres humanos (e também de animais, como a Rita, uma cadela com um ar incrivelmente fotogénico e simpático). Foi lá que fiquei a conhecer Ouka Leele, uma fotógrafa espanhola de um incrível talento e, acima de tudo, sensibilidade. É pena que os livros de fotografia sejam tao caros... Esta exposiçao a preto e branco (que contrasta com trabalhos anteriores da artista, muito coloridos) vai estar no Norteshopping até 7 de Novembro. Depois, lá fui comprar o livro sobre Gaudi ao quiosque do Público, para fazer um e-book, que os engenheiros dizem que já ninguém liga aos livros de papel (sem comentários) e pus-me na fila para tomar um café pelo qual valeu a pena esperar. É que, com o café, deram-me um daqueles pacotes de açúcar que me dizem qual é a melhor coisa do mundo. Damon at 6:00 da tarde
Exército dos homens que ainda lutam por um sonho Sejamos invencíveis, Impossíveis campeoes, De testas transpiradas E um olhar Um pouco mais profundo. Sejamos insolúveis, Indecifráveis puzzles, De olhos abertos Mesmo que o mar Os tenha enchido de sal. Se engordámos, Foi do ar que nos deram a beber, Dos segredos que nos contaram, Das fotografias que nos mostraram, Polaroids perdidas, achados arqueológicos Do tempo em que se fazia amor No fundo do mar. Peguemos em armas, Se for preciso, Ousemos erguer as vozes Enrouquecidas pela maresia E façamo-nos ao caminho Que o inimigo espera por nós E o sol nunca se poe para ele. Sejamos fortes, castelos, Palácios, solares, cabanas Mas nunca muralhas, Nunca navio encalhado As portas da cidade proibida, Se ainda nos resta vida Ainda que nao a verdadeira,Vamos combater! Damon Durham. Damon at 7:41 da tarde frase do momento: amanha vou para a escola. E é assim… Um dia, tinha que ser. Está a chegar. Amanha é o meu último primeiro dia de aulas. Depois de uns longos 18 anos a tentar aprender, o sacana do dia tinha que aparecer. E logo agora que nao me apetece nada começar a procurar emprego. Logo agora que está tudo em crise… Um dia, tinha eu seis anos feitos há alguns meses, disseram-me para pegar na mochila (ainda vazia) e ir para a escola. Eu disse «está bem» e pus pés ao caminho. Ainda eram uns bons cinco minutos a pé! Pelo caminho, o vento fresco fazia-me esquecer que tinha nariz, enquanto esmagava inofensivas folhas secas e cumprimentava as pessoas que ainda se davam ao trabalho de vindimar. Quando cheguei a escola, fiquei a saber que tinha uma professora chamada Alegria, com um carro verde fluorescente… Mais tarde, fiquei a saber que a D. Alegria se divertia a dar cachaços nos alunos e a ameaçar-nos com uma cana que chegava ao fundo da sala. Na mesma carteira, uma daquelas antigas, com o banco preso a mesa que levantava, com sítio para cábulas, sentei-me com um colega e a mae dele. Esse colega viria a ser o meu melhor amigo durante alguns anos. Há pouco tempo, a luz dos holofotes durante um concerto de música gótica provocou-lhe uma cegueira parcial que faz com que ele só veja metade das pessoas que passam por ele na rua. Eu, por azar, ando sempre do lado das pessoas que ele n?o v?, coitado… O que vale é que ele ainda pergunta aos meus pais por mim… Depois dessa primeira ida as aulas, num ápice, passei para a Preparatória da Maia, para a Secundária da Maia, para a Secundária do Cast?lo da Maia, para a Universidade do Minho e para a secçao de quarentena da Faculdade de Letras do Porto, que é como quem diz, o curso de Jornalismo. E pronto, amanha, vou pegar na mochila, meter os livros lá para dentro (que saudades de ter livros que compensassem a mediocridade da maioria dos professores, agora já só tenho a mediocridade…), os cadernos, o lápis para as contas, a borracha, as duzentas canetas de cores e espessuras diferentes, e vou para a escola, conhecer novos colegas para brincar (alguns agora brincam comigo pelas costas, sem eu saber, é uma outra técnica, mais adulta…) e novos professores que também vao brincar comigo, particularmente com a minha cara. E pronto, depois de amanha, já vou ser um homenzinho. E vou ter saudades. Damon at 6:38 da tarde
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outras praias
where words come together as waves, blue and beautiful, dying in the whiteness, but repeating themselves like music notes, from sunrise to sunset to sunrise again. um livro: «Saudades de Nova Iorque», de Pedro Paixão. um filme: «Memento». um disco: «King of limbs», Radiohead. |