lkkk lkjhg
quarta-feira, fevereiro 07, 2007
Esta semana, na liga principal do futebol português, os eternos candidatos ao título tiveram sortes variadas. Cada um com seu resultado. Cada um com suas contas para fazer. Na sexta-feira, após o empate vazio entre Benfica e Boavista, o Sr. Azul apressou-se a ligar ao colega de trabalho, o Sr. Vermelho, para, fazendo uso da lendária rivalidade entre clubes, dar umas beliscadelas inofensivas de provocação, umas bocas sem maldade – desdentadas, como tal, sem magoar ninguém. No dia seguinte, não é que o F.C. Porto, clube do coração – e de todos os órgãos vitais – do Sr. Azul, resolve pregar-lhe a partida e, num desleixe à vista da praia, permite ao Estrela da Amadora o golo da vitória quando já todos se contentavam com o empate pouco satisfatório. Escusado será dizer que, ao dirigir-se para casa, o Sr. Azul pensava já no que o esperava. E não esperou muito. Ainda mal tinha aberto a porta, já choviam mensagens de telemóvel, devolvendo as provocações da noite anterior. Claro que todas tinham o mesmo emissor – o Sr. Vermelho, feliz da vida por poder rir um pouco com o mal dos outros. Como se não bastasse já a confusão colorida, outro colega de trabalho, o Sr. Verde, tinha deixado, no gravador do telefone caseiro, uma quantidade hilariante de provocaçõezinhas, o que levou o Sr. Azul a declarar-se oficialmente «aborrecido» e quase o fez decretar um «black out» temporário contra os dois colegas. No dia seguinte, foi a vez do Sr. Verde apanhar um susto quando o Nacional da Madeira parecia encaminhar-se para a vitória e se temiam, para aqueles lados, as perigosas brincadeiras dos colegas de outras cores. Salvou-o a reviravolta no marcador. Chegou a manhã de segunda-feira e, como de costume, chatearam-se logo ao pequeno-almoço, porque «aquilo era penalti!» ou «o Idaelson Pernambucano estava fora-de-jogo!» ou «foi falta porque o guarda-redes tinha os boxers à mostra!». (ler resto aqui)

Etiquetas:


Damon at 5:22 da tarde

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

canção do momento: the good the bad and the queen, «80's life»

Sentimento imperfeito

Sinto
Um sentimento imperfeito,
Uma folha rasgada
Num dos cantos
Mais insignificantes.

Talvez sofra a erosão
Dos verbos velhos, mal-amados
Do Imperfeito.

Quem sabe,
A jarra pousada
Em cima da mesa
(em cima de mim)
Padeça das flores
Que são, elas mesmas,
Mais imperfeitas
Do que as linhas do meu corpo.
E por isso, mentem
E mantêm a sua versão
Dos factos.

Sinto esta coisa
Que nem objecto nem doença
Nem carne nem sangue
Nem osso nem músculo,
Talvez a guelra que não me pertence,
O meu pulmão de Aquiles.

Barata-tonta,
Bebo a água da jarra
Como se regasse uma planta,
Completasse um padrão,
Tricotasse sapatinhos de lã,
Conhecesse o frio que vem aí.
Ou o calor ou a chuva não sei.

Sinto
Este sentimento imperfeito,
Sinto-me incompleto
E, pelos solavancos da carruagem,
Não tarda nada,
Vou achar de mim
Um perfeito disparate.

Etiquetas:


Damon at 5:02 da tarde