lkkk lkjhg
sexta-feira, agosto 06, 2010
canção do momento: brett anderson, "to the winter"

Um saxofone pegajoso cola-se-me aos ouvidos. Dá boleia à voz de dor de dentes de Brett Anderson. Adoro esta voz e as lágrimas que me provoca. Adoro a aspereza dos poemas atrapalhados, amargos e atrapalhados, como quem precisa urgentemente de fazer sangrar uma veia. Vinte para a uma – e não uma e vinte como no relógio do costume – e não arranjo coragem para me ir deitar e ainda ao jantar jurava a mim próprio que ia para a cama cedo. Escondi as desistências num filme, um daqueles onde nunca ninguém está sozinho. A não ser o espectador. Esbocei entusiasmo na recta final da autobiografia de Ingmar Bergman. Li as últimas páginas, interiorizei e o entusiasmo já era. Fiz pesquisa para um possível romance, brincando aos escritores fiz de conta que a amargura serve para alguma coisa, neste caso, de inspiração. E não resisti a este apelo. Nesta altura, o saxofone deu lugar ao piano. Cada um no seu canto. Sozinhos. A voz do Brett Anderson continua dorida e dolorosa. Adoro a dor da voz dele. Uma pessoa habitua-se.

Etiquetas: , ,


Damon at 12:49 da manhã

quinta-feira, agosto 05, 2010

O Público noticiou ontem a vergonhosa posição de Portugal na tabela dos países com mais precariedade no emprego. Somos os terceiros, o que compensa a descida no ranking da FIFA…

O tema é quente. Para todos e para quem, em especial, se prepara para regressar a um país onde nunca viu um contrato. Expectativa pouco convincente: será que o facto de ter um mestrado vai resolver o problema? Mmmm…

A meu ver, há um problema de base, que tem a ver com a filosofia do patronato português - Estado incluído. A busca do lucro fácil, a ignorância de questões básicas como o relacionamento com os trabalhadores ou a motivação dos mesmos, fazem com que esta exploração corra mal para os dois lados. Tenho 30 anos, sou licenciado, tive vários empregos antes de deixar Portugal para tirar um mestrado e investir na vida. Nunca vi um contrato, apenas os malditos recibos verdes. Nunca - ou quase nunca - me senti motivado. Por onde passei, a maioria dos meus colegas estava na mesma situação. Como é que a empresa podia lucrar com isso? Falta de visão, é o que vos digo. Em Portugal, há muito "chico-esperto" e muito pouco "chico-inteligente".

Etiquetas: , ,


Damon at 3:06 da tarde

quarta-feira, agosto 04, 2010

Fascinante… Nunca mais consegui pronunciar esta palavra da mesma forma. Desde os tempos em que, em tardes bem menos arrastadas do que estas, lavava as mãos com esse sabonete líquido que a tua mãe comprava – Fascinante. Ainda hoje sorrio ao atribuir esse adjectivo a qualquer ser ou objecto. Verdadeiramente fascinante.

Etiquetas: ,


Damon at 6:03 da tarde