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Numa semana, a mistura de emoções. 1 O adeus do costume. Mas um adeus do costume que soa mais grave, definitivo sem o ser. Como escrever um poema e deixá-lo fugir entre os dedos, sem querer, para o vento – o meio de transporte dos poemas. Sei que estaremos juntos em breve – breve, brevemente, como sempre tento enganar o tempo – mas custou-me ainda mais, desta vez. Mesmo quando olhava para ti e pensava: “vai e sê feliz, porra, tu mereces mesmo”. E é isso que interessa. Nem o poema que o vento roubou nem os meus dedos à procura dele. 2 O cancro. Essa besta sorrateira. Estive cara a cara com mais uma lutadora, esta semana. Só lhe vi metade do peso, que a outra metade foi roubada. Mas a pessoa estava lá. Com vontade de erguer a leveza dos seus ossos e fazer-se à vida, mesmo que isso significasse apenas acompanhar os convidados à porta. Não vale a pena desistir. É que esta besta ainda por cima é diferente, o resultado exacto do dito “não mata, mas mói”. Vai alastrando, mas pode alastrar até aos 90 anos. As recordações de um outro monstro, o medo, a admiração por estas pessoas – tudo às voltas dentro de mim. 3 A minha prima tinha “o rei na barriga”. Ninguém se cansava de repetir a piada. O que até tem graça é “o rei” ter nascido tão perto do centenário da República. Em dois ou três segundos, o Artur vai-se transformar num homem bonito e inteligente – na tradição da família. Por isso, deve ele e devemos nós aproveitar esta fase brincalhona da vida e vê-lo em toda a sua inocência dizer olá ao mundo. Priminho, bem-vindo à Terra, para já só te desejo muitas brincadeiras com o teu irmão, tem paciência com as inevitáveis ciumeiras, e espero ver-te muito em breve. Etiquetas: adeus, artur, emoções Damon at 12:49 da tarde
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outras praias
where words come together as waves, blue and beautiful, dying in the whiteness, but repeating themselves like music notes, from sunrise to sunset to sunrise again. um livro: «Saudades de Nova Iorque», de Pedro Paixão. um filme: «Memento». um disco: «King of limbs», Radiohead. |