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sábado, janeiro 10, 2004


Como se já não bastasse ser um belo filme, como só as coisas simples podem ser, «O fabuloso destino de Amélie Poulain» deu-me a conhecer a grande actriz e – já agora – belíssima Audrey Tautou e o inigualável tecelão de melodias Yann Tiersen.
É sobre este último que me apetece escrever. Da Audrey hão-de haver muitas ocasiões para falar…

Yann Tiersen parece construir as suas melodias fazendo tricot, sentado no sofá, em frente a uma grande janela onde as gotas de chuva vão adormecendo até caírem de sono. E isto é um elogio às suas canções fantásticas, bandas sonoras perfeitas para animar dias de Inverno – como hoje – ou recordar momentos de «cabeça pousada no ombro» ou ainda saltar e correr e brincar como fazem as crianças. E como é óbvio, tinha que haver uma ligação entre o meu compositor francês preferido e esse irlandês que transpira classe, sentido de humor e simplicidade (entenda-se «ausência da necessidade de partir cadeiras e cuspir no público e beber até cair para impressionar os fãs…») chamado Neil Hannon. Simplesmente, tinham que se dar bem. E eu agradeço. Façam um disco juntos que eu não me importo!

Está a chover. Eu estou em Matosinhos, em frente ao mar (onde havia de ser?), num barzinho agradável, com uma música calma que me embala e adia o início do trabalho…

Joyeux Anniversaire, mon amie Carina! J’espère que tout va bien avec toi.

(cinco minutos depois, apercebo-me de que o meu trabalho de televisão despareceu.)

(meia hora depois, o Ricardo ajuda-me a recuperar alguma coisa.)

Damon at 5:32 da tarde

sexta-feira, janeiro 09, 2004



Há uns anos, escrevi um livro chamado «A verdadeira vida está ausente». Agora vejo que nada mudou. Aquele que é o verdadeiro sentido da vida, aquela que é a esperança de que afinal até andamos cá para alguma coisa, afinal os cinco ou seis sentidos até nem são disparatados de todo, continua ausente.

É sexta-feira. Estou em casa.

De manhã, fui ao Bolhão comprar cravos para filmar. As senhoras que mos venderam desejaram-me boa sorte para o momento em que eu os oferecesse «à namorada», diziam elas. Disse-lhes «não, estes cravos são para um trabalho que eu ando a fazer» e percorri sozinho, com vinte cravos vermelhos nas mãos, as ruas do Porto.

Damon at 10:58 da tarde

quinta-feira, janeiro 08, 2004



Voltei a esta praia. Despi-me de todo o pragmatismo que aliás nunca me serviu e voltei a sentar-me na areia cheia de espuma. Voltei a direccionar o olhar para o meu grande tanque dos sonhos. Ao fundo o sol. Ao fundo o sol tapado pelas nuvens de ano novo. Destapei os dois círculos castanhos que me alumiam o caminho e cedi à tentação. Estou cá. Solitário contrariado, na mesma, mas estou cá. Talvez apareça por aí um casal que escreva «sonho inevitável» com a tinta das suas bocas. Deixo-os em paz. «It really really really could happen when the days they seem to fall through you well just let them go...» Desde 1995 a ouvir «The Universal» dos Blur. E a pasmar em frente ao mar.

(Obrigado, Joana. Ajudaste-me a voltar a esta praia!)


Damon at 9:59 da tarde