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sexta-feira, agosto 20, 2010
canção do momento: underworld, "born slippy" (como no fim do Trainspotting)

Entreguei o último trabalho, o portfolio final do mestrado. De repente, o vazio. Das muitas queixas que descaradamente publico aqui, nenhuma delas tem a ver com os maravilhosos minutos que passei a criar histórias. Daí o vazio. Mas não estou triste. Apenas nostálgico de um curso que me fez ter duas certezas: a de que é mesmo isto que eu quero; a de que é tão difícil como parece ser bem-sucedido nesta área.

Encontrei colegas cordiais – fiquemos por aí, não há cá espaço para grandes amizades – e professores que são seres humanos, acima de tudo. John Foster é alguém com lugar garantido no meu livro de mestres, exemplos de inteligência, sabedoria e humanismo, em todos os sentidos que esta última palavra pode tomar. É o terceiro de uma lista liderada por uma Helena e por uma Cristina cuja amizade está mais que comprovada.

Na hora do balanço, não há lugar a grandes manifestações de emoção que ultrapassem o meramente profissional. Há excepções, uma delas já referida. Nesta hora, há que pensar com orgulho no resultado prático deste ano de trabalho árduo mas – quase – sempre muito agradável:

- 3 guiões para curtas-metragens;
- 3 guiões para muito curtas-metragens (2 produzidos);
- 4 peças de rádio (3 para crianças);
- 1 documentário de rádio;
- 1 peça de teatro (apresentada ao vivo);
- 1 guião para animação;
- 1 guião multimédia para crianças (como co-autor);
- muitos esboços para o futuro.

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Damon at 1:03 da tarde

quarta-feira, agosto 18, 2010

A distância entre nós

Há uma distância
Quase marítima entre nós.
Nenhum engenheiro se atreveria
A projectar uma ponte que nos unisse.

Uma estrada comprida,
Larga, veloz e confortável
Seria rapidamente engolida
Pelo pó e pela sua matéria-prima.

Tu és como os Balcãs,
Sempre desejosos de explodir,
Alastrando os braços teimosos
Ao resto do mundo.

Eu sou como a Noruega,
Rica e descomprometida,
Só que a minha riqueza
Cabe no bolso das calças
De uma criança de seis anos.

Partilhamos o tempo, pelo menos,
Um tempo, uma só oportunidade
Para mexer os lábios roídos
E apontar um ao outro
As armas que trazemos
Nas pontas gastas dos dedos.

Bendita ilusão,
Este vidro, um poço sem água,
Uma janela sem vento.

Apesar de todas as léguas,
Todos os metros e litros,
Posso sempre ver-te
Se me puser em frente ao espelho.

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Damon at 6:00 da tarde

domingo, agosto 15, 2010

Há duas noites, tive um sonho fortíssimo, tão intenso que acordei cansado, sem saber muito bem onde estava, com vontade de dormir mais umas oito horas. Sonhei que voava. E a memória é tão intensa que consigo visualizar claramente a viagem. De Portugal a Inglaterra, sobrevoei costas montanhosas, aldeias de pescadores, famílias felizes à beira-mar, casinhas com simpáticas senhoras à porta, castelos, igrejas e florestas. Na minha cabeça, passei por França e Holanda até entrar em Inglaterra por Plymouth, uma escolha pouco lógica. Como não era um tratado de matemática e sim um sonho, não admira que a lógica tenha sido um pouco negligenciada. Antes de sair de Portugal, ainda tive tempo de visitar um amigo no centro do Porto. Voando, pois claro. Eram três da manhã e ele via televisão. Eu disse-lhe para ele se ir deitar. Provavelmente na esperança de que também ele sonhasse que voava.

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Damon at 1:04 da tarde