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Frente ao espelho I Cá estou eu, Mais uma vez, Frente ao espelho. Fina tela de gozo. Espera por mim todos os dias. É como se do outro lado Eu fosse mais feio, Pior ainda porque o vidro Se foi riscando Com o cair da areia Da erosão dos tectos. Cá estou, no entanto, incapaz De me pôr a andar, Dar de frosques A toque de corrida, Sem nunca voltar o pescoço Para dizer adeus. Limito-me a Contemplar a figura odiada, Desejar outra em lugar dela, Chego a ter pena do que vejo. Fico aqui horas a fio, Cosendo incapacidades, Inércias e indecisões. Etiquetas: poema Damon at 6:09 da tarde
Damon at 11:22 da manhã
Quero chover, Encharcar de mim os teus cabelos, Dar brilho à tua pele esquecida De amor, de abraços, de apoios. Fazer história, correr rua abaixo, Em direcção ao rio turvo, Onde se misturam as lágrimas E os químicos, lavada a roupa suja, Quero polir as pedras, Esculpi-las das memórias Da minha passagem por ti. Quero riscar as luzes, Criar ilusões nos reflexos, Fazer-te sorrir, acreditando Na inocência das águas, As mesmas que matam em alto mar. Que me bebas, Que me chores, Que laves em mim os dedos cansados, Que te queixes dos meus dias, Usando-me como desculpa Para as horas em que és insuportável. Prefiro chover eu. Não gosto que chovam pedaços de céu. E não quero que sejas tu A desfazer-te em dias cinzentos. Etiquetas: poema Damon at 3:43 da tarde
Não ando propriamente na mó de cima, por isso não estava com um espírito particularmente adepto de concertos rock, com energia e saltos e excessos. Gosto de Kaiser Chiefs porque os considero uma lufada de ar fresco, ao mesmo tempo que me lembram a adolescência ao som dos Blur, dos Pulp, dos Elastica, etc. Ricky Wilson é uma máquina, em palco, não sei - nem quero saber - onde vai ele buscar tanta energia, mas é de facto contagiante. O que eu não esperava era que, estando mais ou menos a meio do Coliseu do Porto, assim de lado, discreto e pacato, acabasse por levar com o vocalista da banda em cima... Tudo aconteceu quando ele resolveu saltar do palco, misturar-se na multidão em êxtase e escalar até às cadeiras da tribuna, onde se sentou um bocadinho, para logo a seguir mergulhar no público cá em baixo. Exactamente onde eu estava. Lá estiquei o braço, mais para impedir que ele e eu nos estatelássemos do que para tocar a camisola transpirada do moço. Mas pronto, é mais um momento que fica para contar aos netos, quando os Kaiser Chiefs tiverem a idade e o aspecto dos Stones... Etiquetas: kaiser chiefs, música Damon at 4:40 da tarde
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outras praias
where words come together as waves, blue and beautiful, dying in the whiteness, but repeating themselves like music notes, from sunrise to sunset to sunrise again. um livro: «Saudades de Nova Iorque», de Pedro Paixão. um filme: «Memento». um disco: «King of limbs», Radiohead. |