lkkk lkjhg
quarta-feira, dezembro 01, 2004
cançao do momento: the gift, «driving you slow»
frase do momento: «A FNAC é uma empresa diferente.»

ALERTA:

Agredidos por seguranças da FNAC

No dia 29 de Novembro de 2004, saía o novo álbum de uma das nossas bandas preferidas, The Gift. Por volta das 16h30, eu e o Joao, sem nada que fazer na faculdade, resolvemos dar uma volta e, porque nao?, passar pela loja da FNAC, na Rua de Sta.Catarina, no Porto, para escutar os novos sons da banda de Alcobaça e mais uma vez perdermo-nos no emaranhado de produtos culturais que aparentemente elevam o nível daquela rede de lojas. Dirigimo-nos ao balcao, onde pedimos a um funcionário para ouvir o disco que ele introduziu no leitor. Ouvimos e a certa altura tivemos que sair por razoes de tempo. Deixámos a caixa pousada no balcao e, obviamente, o cd no leitor. Foi nesse momento que se dirigiram a nós dois amáveis funcionários da empresa de segurança que a FNAC contratou para nos proteger dos larápios e proteger os sagrados bens culturais das maos hábeis dos gatunos – a S.O.V. O alarme soara, portanto fomos gentilmente conduzidos, por entre os consumidores de cultura, até um local longe dos olhares dos transeuntes. Estávamos num espaço pequeno: eu, o Joao, o Senhor Segurança Pedro Coelho e o – por este último intitulado – Chefe de Segurança da FNAC.
-Dá cá os cd’s! – ordenou o Chefe da Segurança.
-Eu nao tenho nenhum cd… – respondi, sem perceber bem o que se passava.
-Tira a roupa! – ordenou mais uma vez o Chefe da Segurança, num tom agressivo. O Senhor Segurança Pedro Coelho observava.
-Só o faço na presença de um agente da autoridade. – respondi.
De imediato as faces dos dois seguranças se encheram de raiva. O Líder disse:
-AI QUERES A POLÍCIA, É?
-Quero! – respondi, despindo o blusao que tinha vestido e atirando-o para o chao que, num lugar tao pequeno, acabou obviamente por atingir ligeiramente o Chefe da Segurança.
E pronto. O meu acto foi considerado uma agressao e de imediato senti os socos do Senhor Pedro Coelho no meu rosto. Ao mesmo tempo, o meu amigo Jo?o perguntava como era possível aquilo estar a acontecer. Fui atirado para um elevador de cargas pelo Senhor Pedro Coelho que me apertou o pescoço, empurrando-me contra a parede e prosseguindo a tarefa de me socar a cara. Eu continuei a dizer:
-Eu nao roubei cd nenhum!
-Isso agora nao interessa nada, se roubaste ou nao! Tu agrediste o meu chefe e vais pagar por isso! – foi a resposta do Senhor Pedro Coelho.
Fui levado para o quarto andar do edifício, para uma sala frequentada por seguranças e funcionários da FNAC, com uma entrada para um armazém. Ao passar por um dos funcionários, empurrado pelo Senhor Pedro Coelho, pedi:
-Chame a Polícia, por favor.
Foi-me respondido:
-Eu é que te f!dia, se pudesse!
O Senhor Pedro Coelho, segurança contratado pela FNAC ? empresa oportunamente chamada S.O.V. sentou-me num sofá e prosseguiu com os socos. Olhou-me nos olhos e disse:
-Fixa bem a minha cara, eu até posso perder o emprego mas hei-de te apanhar no Porto e matar-te!
E deu-me mais alguns socos. Entretanto trouxeram o meu amigo Joao que também havia sido agredido na cara pelo Chefe da Segurança, quando tentara chamar a atençao de duas funcionárias da FNAC para a situaçao, fora completamente ignorado e tentara entao abrir a porta (passível de ser aberta apenas de forma electrónica) para chamar a atençao dos clientes que passavam na parte comercial. Sem sucesso.
O meu amigo chamou entao a Polícia através do 112. A Polícia já tinha sido chamada pelos seguranças para nos acusar de furto. Ficámos ? espera, rigorosamente vigiados.
Durante o tempo todo em que fui agredido, passaram pelo local funcionários da FNAC, alguns riram-se, outros ignoraram, alguns espreitavam do armazém em busca de diversao.
A Polícia chegou e foi convidada pelo Chefe da Segurança, de mao no ombro do agente da autoridade, a entrar no gabinete e só depois fomos chamados. Devidamente revistados, nao encontraram absolutamente indício nenhum de furto.
-A acusaçao de furto está completamente posta de parte. – disse um dos polícias.
Prosseguiu:
-Podemos deixar as coisas como estao, ou…
-Nao, nao, eu quero apresentar queixa. – respondi de pronto.
E pronto. Depois, demos o nosso depoimento aos agentes da PSP que nao anotaram quase nada e que nos aconselharam a apresentar queixa apenas tres dias depois, ou seja, quando as marcas da agressao estivessem já muito menos visíveis. Nao seguimos o conselho, fomos ao hospital e a outra esquadra onde apresentámos queixa.

No dia seguinte, em resposta a RTP, a FNAC negou que se tivesse passado algum destes factos. Nao falou em averiguaçoes, nem inquéritos internos, nao me ouviu nem ao meu amigo. Ouviu os seguranças e concluiu: n?o houve nada.

Tenho hematomas na cabeça, na face, marcas de unhas no pescoço, o lábio ferido, dói-me as costas e o maxilar. Nunca durante o tempo todo respondemos a alguma das agressoes.

As agressoes passaram-se no dia 28 de Novembro de 2004, data de lançamento do «AM FM», por volta das 17h15. Obviamente que o álbum dos Gift entra na história por pura coincidencia. Porque dois jovens apreciadores de música, ansiosos por ouvirem o novo álbum de uma das suas bandas preferidas, acabaram por ser violentamente agredidos por um crime que – de forma comprovada pela Polícia – nao cometeram. Acho que é bom que se conheçam estes casos. Na esquadra, os polícias admitiram que nao é a primeira nem a segunda vez que um caso semelhante acontece naquela loja da FNAC. Peço a vossa compreensao e apoio, acima de tudo para aqueles que foram obrigados a ficar calados por nao terem os meios ao seu alcance. Acima de tudo, em nome de todos aqueles que possam vir a passar pelo mesmo.

Obrigado.

Damon at 1:18 da manhã

domingo, novembro 28, 2004

cançao do momento: scott walker, «the amorous humphrey plugg»

sou feito de muita matéria, neste momento.

sou feito de incerteza. feito de dúvida, num jogo de ping-pong entre a emoçao e a razao. parte de mim percebe que o boletim meteorológico prev? uma boa oportunidade de mudar o rumo natural de um estudante cuja média nao é brilhante, nem pouco mais ou menos. a outra parte de mim nao percebe nada dessas coisas e quer viver próxima das pessoas de quem gosta, numa rotina de conversas e cafés que deixam um bom sabor na boca. mesmo que eu fique, a vida nao será assim. se o combóio aparecer, eu vou. mas, caramba, tantas saudades por antecipaçao...

sou feito de tristeza. pela comprovaçao de que é mesmo assim. de que tinha razao e dentro em breve seremos amigos-de-tomar-café-de-longe-a-longe. nao tem sido nada positivo este ano, nao senhor. nalgumas coisas, isso foi inevitável; noutras nao.

sou feito de preguiça. hoje nao me apeteceu mesmo nada sair de casa. lá fora, a terra matava a sede depois de alguns agradáveis dias de jejum. li um livro. vi programas de puro entretenimento, daqueles que os «dr's» só veem para poder criticar (pelo menos, é o que eles argumentam...) e tratei das minhas fotos, que a grande exposiçao está quase a chegar... e acho que amanha veio cedo de mais...

sou feito de revolta. por ver que o slb vai deixar escapar uma oportunidade tao flagrante de ser campeao, mais uma vez. e que isso só vai acontecer por falta de empenho.

sou feito de espanto (ou talvez nao). por ver que o pcp elegeu como líder um dos seus elementos mais obsoletos, um pedaço de artilharia do século XIX, duro mas tao enferrujado... este homem com um nome que os americanos gritam quando saltam de para-quedas foi a vergonha das eleiçoes presidenciais que opuseram cavaco e sampaio, existindo apenas para denegrir a imagem do primeiro, sem qualquer dignidade. quem me conhece sabe que nao tenho partido. acredito que em democracia, é bom que a esquerda e a direita se mantenham em forma. ainda bem que, com todos os defeitos que possa ter, existe o be.

sou feito de falta de sono. como vem sendo costume de domingo para segunda...

etc.

Damon at 11:31 da tarde