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Morreu Carlos Pinto Coelho. E é verdade, não é esta a hora própria para amargurar a forma como este grande jornalista foi tratado na hora da saída, por muito que essa tentação me bata à porta. Quero sim relembrar a importância de um homem que, para alguém como eu, que cresceu nos anos oitenta, numa casa onde a cultura nunca teve um lugar à mesa, quando muito ia-se buscar um banco à cozinha, acabou por ser informador e formador. Se a carreira de Carlos Pinto Coelho fosse um texto, eu acabá-lo-ia com reticências e nunca com um ponto final. E com muito estilo - classe - pelo meio, como o pormenor importantíssimo de saber rir de si próprio. Carlos Pinto Coelho sabia ser cromo, mas era um daqueles raros, valiosíssimos, de um craque e nunca de um jogador mediano. Somos todos herdeiros da imensa riqueza que este homem nos deixou. Etiquetas: carlos pinto coelho, cultura, jornalismo Damon at 11:51 da manhã Não veio o vento. Não veio a voz do tempo Anunciando presenças Nem ausências, Essas notadas há já muitas folhas De calendário. Um bloco de notas. Rasgado em pequenos pedaços De linhas tortas, Como as que o homem impotente Mas importante Mancha nas suas horas tristes. Vieram nuvens, Foi vê-las chegar Nos seus casacos de peles, Acenando notas de vinte Que até pareciam gotas de chuva Aos meus olhos patetas. Nunca me lembro Desta presença vazia Nos outros dias, Entendo tudo Como um bom comerciante. Nunca me sento Nesta cadeira feia e fria Nos outros dias, Caminho na margem E o horizonte é gélido E maravilhosamente parado. Mas o vento não veio Hoje E faz-me falta a sua música, Mesmo quando tosse Para cima de mim E me contagia com o terrível vírus Da melancolia. Etiquetas: poema Damon at 5:14 da tarde
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outras praias
where words come together as waves, blue and beautiful, dying in the whiteness, but repeating themselves like music notes, from sunrise to sunset to sunrise again. um livro: «Saudades de Nova Iorque», de Pedro Paixão. um filme: «Memento». um disco: «King of limbs», Radiohead. |