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cançao do momento: marianne faithful, «crazy love» Aqui, neste canto mais escuro da minha cama, apenas o piano de marianne faithful sussurra lamentos nos meus ouvidos, enquanto a selecçao sub-21 acalenta esperanças contra metade da antiga Checoslováquia. Uma gata espreita, por entre os orifícios das persianas que nos fecham cá dentro, uma oportunidade de ir ver o mundo, mesmo que ele nao seja mais do que um jardim com uma árvore no meio. Apenas o piano de marianne faithful… e daqui a pouco os violinos, que acrescentarao argumentos ?s queixas de uma sexta-feira ? noite. Há uma feira do livro no palácio de cristal. A brisa que sopra poder-me-ia empurrar para um passeio, apesar das dores nas costas. Na mesinha de cabeceira, um livro espera que o completem, que lhe fechem a porta, que o encerrem para que finalmente possa descansar em paz. Uma mensagem espera resposta. Uma gota de suor arde-me no olho direito. O piano de marianne faithful… para me lembrar que tenho saudades de um sorriso. Saudades que nao posso admitir, apesar de nelas apenas sobreviver o desejo inocente de conversar. É sexta-feira, faz-se tarde na noite e as primeiras estrelas sobem ao céu ou descem ao meu mundo, depende da perspectiva. As luzes eléctricas, que também sao estrelas, desenham caminhos ao fundo do horizonte. Aqui, neste canto pequeno da minha cama, pousado na colcha encorrilhada dos pés que tentam em vao caminhar, apenas o piano de marianne faithful lamenta os sussurros da ausencia. A selecçao está a ganhar. Damon at 9:32 da tarde As viagens de Sara A Sara voltou a viajar, como sempre, entre o Porto e Lisboa e vice-versa. A Sara voltou a sentir nas veias amolecidas pelo ar condicionado a aridez plácida dos campos ribatejanos; voltou a olhar a estaçao de Santarém como quem olha para um sorriso num dia simples de verao, em que um mini aguardava com uma avó ansiosa lá dentro. Sara voltou a refrescar os olhos nas lezírias, pegando em livros, em cadernos, em cassetes, em cd's, em leitores de mp3; voltou a passar pela praia imensa de Espinho, sentindo o combóio enfiar os pés na areia quente, espreitando sempre em busca de caras conhecidas que ali se tivessem refugiado das aulas pouco apetecidas. Sara apercebeu-se das mudanças. Mas acima de tudo, apercebeu-se do que nao mudou e da vontade de seguir viagem mesmo depois de se anunciar o fim da linha. Damon at 2:44 da tarde
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outras praias
where words come together as waves, blue and beautiful, dying in the whiteness, but repeating themselves like music notes, from sunrise to sunset to sunrise again. um livro: «Saudades de Nova Iorque», de Pedro Paixão. um filme: «Memento». um disco: «King of limbs», Radiohead. |