quarta-feira, novembro 29, 2006
Não tênho nada mas tênho tênho tudo...
As filas para pagar, em estabelecimentos, são óptimas oportunidades para pensar na vida ou, simplesmente, observar os nossos momentâneos camaradas do consumismo. Ainda ontem alguém teve a lata de me vir importunar os neurónios mais murchos e desiludidos – os mais facilmente estimuláveis neste tipo de situação. Não é que um tipo, provavelmente mais novo do que eu, teve o descaramento de estacionar o Mercedes coupé – em 2ª fila, que eu vi – junto ao dito estabelecimento tendo, ainda por cima, tirado da sua cartola de potência germânica uma suposta namorada de feições inegavelmente apetitosas e aparentemente em estado de excelente conservação?... Não é que tenha sentido algum tipo de inveja, como é óbvio… Apenas uma comichão na cabeça e uma enxaqueca fora do sítio, assim como quem vem do ombro, na auto-estrada do braço, a caminho da mão, e pára a meio, numa área de serviço, para tomar um café… Para mais, não é que o sujeito se preparava, enquanto a namorada lhe fazia meiguices no pescoço, para alugar seis ou sete filmes de inegável conteúdo… enfim… físico? A minha comichão pedia-me para levar a mão à cabeça mas eu resisti! Era óbvio que aqueles dois não passavam de pobres coitados sem rumo, enquanto eu, aparente saco de papel que se atravessa no caminho, levava algo muito mais relevante debaixo do braço – o sentido da vida – literalmente! Pobres criaturas viciadas no prazer supérfluo, eu encontrei-o! O SENTIDO DA VIDA!!! E sorrindo, confiante, ergui a cabeça e saí da loja.
P.S.: Para além do «Sentido da Vida», havia lá outros filmes dos Monty Python que valem bem a pena, a preços baratinhos…
Damon
at
3:16 da tarde