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segunda-feira, maio 29, 2006
Não sei para quem escrevo, hoje

Não sei para quem escrevo, hoje.
Se para a espuma que canta as mágoas
No lugar onde outrora eu cantei os meus sonhos
Em silêncio;

Se para os seres pensantes que,
Como eu, se sentam umas horas
Numa esplanada de madeira rangente
E fingem que descansam;

Se para os reflexos perfeitos
Moldados no espelho onde as faces
Se sobrepõem: as que não suportam
Ficar longe do mar (cá fora) e as
Que não suportam ficar longe da lareira (lá dentro).

Sei que não escrevo para ti, hoje,
Porque as musas poéticas também precisam de férias
E eu definitivamente não quero atrapalhar a minha.
As musas poéticas, quando se chateiam,
Conseguem dissolver todos os versos de papel
E fazer estalar o cristal das ideias que ainda não foram
Devidamente acariciadas.

Pequenos pássaros percorrem a areia aos saltos,
Levam no bico pequenos alimentos
E nas asas a vontade de sonhar.
Talvez seja para eles que eu escrevo, hoje.

sei que escrevi este poema num dia frio... a referência à lareira não tem, definitivamente, que ver com os dias que correm...

Damon at 1:39 da manhã