lkkk lkjhg
sexta-feira, maio 12, 2006
múzequinha do momiento: rui beloso, "puorto cuobes"

Já tinha lido o “Trainspotting” e o “Lixo” mas nas cómodas versões traduzidas. Agora que decidi ler os romances em língua inglesa na versão original, deparei-me com o facto do lunático Irvine Welsh ter decidido escrever como as pessoas falam… na Escócia. O resultado é que a leitura demora o dobro do tempo. Entretanto, porque não adaptar o formato ao contexto português e, neste caso, portuense? Sim, porque se fomos buscar tanta coisa a Endemóis e afins, porque não estender o intercâmbio unilateral, em que somos tão bons, à literatura? Sendo assim, aqui fica uma amostra do que pode ser o romance “Puorno, uóah”, de Ervino Galês:

“O rio Douro brilhava como o molho da francesinha acabada de fazer. Levou o fino à boca e foi então que o viu. Chamou-o:
-Ó colegueinha, ánda cá! Uoilha, conheces o Quinhe Manieta? O gaijo que bende mortailhas…
-Uóah, o quié que tu queres? Bai masé pó c$?~1ho que te f?da, cabrom de m?~!da! Tu desmarca-te que eu bou mas é ao taicho, teinho a patroua à espera…
-Espera, uóah! Teinho aqui uma ciena pra teie, é bãoe! Bais gainhar munta massa co isso, num seijas assinhe, Leitos…
-Ieeé, choupa-me a ber seu deixo… Tu queres masé chular-me outra bez cumo quándo me lebastes a conhecier o gaijo que era super dragom e que me queria bender gánza. Tás masé tuolo, uoah!
-Num há dubda qués miesmo tone quinhe, ó Leitos! Mas tu bais-te arrependier, deixa o Toneinho Zaruolho apanhar-te em Cedofeita quêle acatrepa-te que tu até bais mánco pra casa, masé!
O rio Douro tinha perdido o brilho, momentaneamente. Já nada parecia importar, nem mesmo a francesinha moribunda, linguiça de fora, esvaindo-se em molho. Foi então que ele a viu. Chamou-a:
-Ó boua, ánda cá, c?ãilho!”

(continua…)

Damon at 4:31 da tarde