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quarta-feira, maio 19, 2004
Pedaço de papel

Sou o poema rejeitado,
Atirado para o lixo
Pelas m?os do progenitor,
Reescrito vezes sem conta,
Rejeitado vezes sem conta.

?s vezes,
Quando o balde é despejado,
Ainda me despeço
Das contas telefónicas fora de prazo
E das cartas que trouxeram más notícias
E, num impulso,
Regresso ao mundo,
Ofereço-me como uma nova tentativa
De levar um sorriso ao coraç?o de alguém.

Mas há sempre uma m?o
Cheia de veias,
Cheia de pele,
Ossuda e sem sentimentos
Que me amachuca mais um pouco,
Que me rasga em pedaços
Rigorosamente quadrados
E depois me devolve ao poço sem fundo
Onde os poetas enterram os filhos imperfeitos.

Já nem a fita-cola me vale.
N?o há livro que me queira
Nem metáfora implantada
Que faça de mim desejado.
Sou o poema rejeitado,
Filho do azar e da falta de inspiraç?o,
Que percorre, ao sabor do vento, as ruas
? espera de uma chuva que acabe com a dor.

Damon Durham.

Damon at 5:44 da tarde