lkkk
lkjhg
A chuva veio molhar os meus caminhos, hoje. Não sei como hei-de sair de casa sem estragar os sapatos, molhar as meias, arrefecer os pés, desfazer-me como a Amélie e confundir-me com todas as águas de todas as proveniências. Não sei como hei-de fugir ao apelo de me esconder dentro da cama o dia todo, agarrado ao portátil e às canções que fui buscar à internet para me distrair do mais invernoso de todos os meus outonos internos. Algumas das canções chegaram incompletas. Não sei completá-las. As notas desfazem-se-me nas mãos como a água da chuva que se mistura comigo e eu já não sei se sou líquido ou sólido. Gasoso não sou senão voava. Líquido ou sólido. Algumas vozes lembram-me que peso demasiado. Sólido. As mesmas vozes lembram-me que a sensibilidade é uma violência se for para lá do meio termo. Esteve quase a chover nesse minuto. Líquido. O meu corpo transforma-se no caminho da água até que ele próprio se desfaz como a Amélie. Se a Amélie cá estivesse, curar-me-ia com o olhar. Se a Amélie cá estivese, eu seria feito de tela. Sólido, portanto, apesar de desaparecer com o fim do filme. Damon at 12:14 da tarde
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outras praias
where words come together as waves, blue and beautiful, dying in the whiteness, but repeating themselves like music notes, from sunrise to sunset to sunrise again. um livro: «Saudades de Nova Iorque», de Pedro Paixão. um filme: «Memento». um disco: «King of limbs», Radiohead. |