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sexta-feira, maio 16, 2003
Longe da luz

Já nem a vida te sobra,
Nem o peso das horas anotadas num bloco
Numa letra que os meus olhos ainda reconhecem,
Já nem o tempo te ergue o olhar.

Por aqui, entre o martelar das teclas,
Sente-se ainda o odor dos frutos que despertam
Ao pôr-do-Sol, embalados por ramos que dançam.
O sorriso do Sol é-me familiar.

Por aí, onde a chuva não chega
Mas também não há luz nem esperança,
A música é uma forma de tempestade,
Uma forma seca de ver as coisas em movimento.

E o que me leva a escrever-te ainda,
É a tal esperança que existe por aqui,
A certeza de que o Sol ser-me-á familiar de novo, amanhã,
Mesmo que o não veja.
Mesmo que seja apenas o meu desejo a desenhá-lo
Num bloco parecido com o teu.

E o que te leva a ficar por aí,
Pousada nessa cadeira de espinhos,
A poucos centímetros daqui?

Damon Durham.


Damon at 6:31 da tarde