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O momentâneo regresso das palavras... mas sempre, sempre no mesmo tom... O gravador de discos compactos Faço colectâneas de canções tristes, Ordeno-as de forma a lembrarem qualquer coisa. Passo as horas a escolher a melodia certa Para cada migalha do bolo do passado. Desenvolvo pensamentos obscuros, Depressões que se arrastam como correntes, E os sorrisos surgem como um esgar, A lembrança de não haver nada novo para lembrar. Só à noite, o corpo treme, Afasta os lençóis para sentir o frio Como última esperança de vida, E o bater das horas no meu corpo Perde o sentido, oiço a sirene dos bombeiros E sei que não há fogo que se pegue a mim, Provavelmente outro cano rasgado pelas garras do tempo, Provavelmente outra inundação. Jogo cartas escritas por ninguém, Ordeno-as cronologicamente. Às vezes faço as devidas correcções ortográficas, Às vezes altero-lhes o sentido. Não me esqueci da ginástica, Ando de um lado para o outro, dentro do quarto, Atiro raios que acendem o rádio E oiço mais canções tristes cujo nome Anoto num papel amachucado, Porque sei que as ouvirei muitas vezes ainda. Damon Durham. Damon at 9:35 da tarde
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outras praias
where words come together as waves, blue and beautiful, dying in the whiteness, but repeating themselves like music notes, from sunrise to sunset to sunrise again. um livro: «Saudades de Nova Iorque», de Pedro Paixão. um filme: «Memento». um disco: «King of limbs», Radiohead. |