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Café Vianna, Braga, 13 de Fevereiro de 2001. O chafariz explode À minha frente Escondendo, por momentos, O edifício do McDonald’s, Mas nunca por muito tempo. A senhora dos pensos Faz negócio na mesa ao lado, E o puto romeno (Pelo menos, ele diz que é) Reclama num meio-português Com o empregado do café Que o manda embora. O cigano vende rosas Em véspera de S.Valentim Mas, não imagino porquê, Nunca se chega perto de mim. Por que será? Mais uma vez, A água se eleva. Sem que alguém se aperceba, Ela quase toca o céu Azul num Fevereiro Que podia servir de exemplo Para o ano inteiro. O chafariz É a única morte para a sede, Que um Deus-Homem não quis Que esta cidade tivesse rio Ou mar para a contemplar. Como a água, As vozes também se elevam, Os amigos conversam, Os colegas dizem coisas, Os solitários lêem o jornal. Numa mesa ao canto, Bebendo aguardente, Um homem silencioso Faz-me lembrar, de repente, O Vasco Graça Moura. Que disparate! É apenas mais um habitante Desta cidade quase grande E nem deve saber, sequer, Quem é o Vasco Graça Moura. Distraio os olhos na praça, Vendo quem passa: Os que sorriem vêm do trabalho; Os que olham o chão Vão para lá. A mim, não me enganam... Misturam-se gerações: Homens de chapéu e gabardine (Mesmo num dia de Sol) E radicais de cabelo espetado, Calças largas e cachecol (Mesmo num dia de Sol...). E eu já paguei o café, Comi o chocolate Que me deram E tenho que ir à Sé, Pagar a conta da água. Ai, ai! Pagar a conta da água Numa cidade sem rio nem mar... Damon Durham. Damon at 4:24 da tarde
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outras praias
where words come together as waves, blue and beautiful, dying in the whiteness, but repeating themselves like music notes, from sunrise to sunset to sunrise again. um livro: «Saudades de Nova Iorque», de Pedro Paixão. um filme: «Memento». um disco: «King of limbs», Radiohead. |