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segunda-feira, março 31, 2003
As árvores e os frutos

Se as árvores são confidentes
Quadros que eu risco e magoo,
E se os seus ramos são braços
Que se recusam a abraçar-me...

Não importa,
Sou mais eu na sua companhia,
Mais alma e mais corpo e
Mais sangue e seiva e suor.

Começo a pintar folhas e frutos,
Mãos que os colhem
E que os descascam
Bocas que os mastigam,
Gargantas que os destilam em vinho acre.

Tremo na certeza da peneplanície
Que não acaba, que não sobe nem desce,
Não estou lá mas é como se estivesse,
Rodeado de vazio, à espera de ser eu
A colher os frutos,
A descascá-los,
A mastigá-los,
A beber a embriaguez sóbria das suas salivas.

Se as árvores não me falam,
Não me confortam com palavras,
São demasiado verdes e cruas
E despidas de uniforme,
Não importa,
Eu é que complico os conceitos.

Damon Durham.

Damon at 2:20 da tarde