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domingo, fevereiro 16, 2003
Estranho momento

Estranho momento, pôr do Sol,
Belo como a melancolia,
Perdi as palavras pelo caminho,
Ansioso por não chegar a casa.

Vigiei a estrela no céu,
Esperei que adormecesse
Para lá do mar dos segredos contados em silêncio
E então...?

«Então, o quê?»,
Pergunta-me a voz do universo,
Aquela que brilha para lá das estrelas,
A harpa que só eu oiço,
Só eu percebo que Deus existe mas é mulher.

Entranha-se o momento, pôr do Sol,
A estrada enche-se de curiosos,
Há roulotes de farturas e vendedores de pipocas
E algodão doce e esta palavra lembra-me o teu sorriso,
Os teus olhos maiores do que o céu.

O carro conduz por mim,
Encontra o caminho por entre a semi-escuridão,
Também ele chora o lugar ao lado,
Vazio de peso, cheio de sonhos.

E os teus olhos, que eu conheço de cor,
Escrevem sonho no espaço da minha cabeça
Cada vez que apontam a luz na minha direcção,
Cada vez que sou abençoado pelo brilho
E pela profundidade doce do caramelo derretido.

Estranho momento, pôr do Sol,
Nos filmes nunca se está sozinho,
Mas os filmes acabam e o pôr do Sol não,
É uma vontade de o ver contigo
Que não o deixa ter fim.

Damon Durham (em casa, 16 de Fevereiro de 2003).


Damon at 5:27 da tarde