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Ele Ele costumava brincar na areia das obras eternamente esquecida ao fundo do jardim. Levava o balde e a pá azuis e fazia sopa de terra e folhas. Quando aprendeu a andar de bicicleta, ele fazia corridas contra ele próprio à volta da grande árvore no centro do jardim. Depois de jantar, no Verão, quando os dias não queriam deitar-se, era vê-lo fazendo o relato da corrida contra os seres imaginários. Ele fazia do espaço entre os móveis e o chão da sala garagens para que as famílias estacionassem os seus carros e achava que cada família devia ter, pelo menos, um carro pequeno, um carro grande, um jipe, uma spacewagon e um desportivo. Não o fazia por mal. Não conhecia outro mundo para lá do seu. Ele também construía castelos com peças de Lego mas nunca como pediam as instruções. Começou cedo a apresentar programas de televisão onde se entrevistava a si próprio e aos convidados invisíveis. Tentava imitar o «mestre» Carlos Cruz. O seu programa preferido era o de Natal. Junto à árvore, ele conduzia uma emissão especial que durava a tarde toda, a não ser que estivesse gente na sala. De vez em quando, já sabendo escrever, ele tinha a mania de se pôr a anotar tudo o que a família dizia. E fazia concursos. Principalmente de cultura geral. Ele tinha os cabelos negros como eu; os olhos castanho-escuros como eu; a pele morena como eu; era gordo como eu; mas era mais pequeno. Tenho muitas saudades dele! Damon at 11:01 da manhã
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outras praias
where words come together as waves, blue and beautiful, dying in the whiteness, but repeating themselves like music notes, from sunrise to sunset to sunrise again. um livro: «Saudades de Nova Iorque», de Pedro Paixão. um filme: «Memento». um disco: «King of limbs», Radiohead. |