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sexta-feira, janeiro 31, 2003
O meu destino é o fundo do mar

Dá-me boleia até casa,
Mas vamos pelo caminho mais longo,
Onde o verde de alguns olhos proibidos
Ainda tinja de vida os campos.

Transporta-me, velho amigo,
Passeia-me por lagos onde o gelo
Não seja frio como a dureza dos homens,
Seja branco como a pele que eu toco em sonhos.

Pára comigo num regato
Onde possamos matar a sede
De amor ao que resta do mundo,
Onde as nossas línguas possam nadar
E dos nossos sorrisos pinguem gotas de cristal.

Guia-me neste caminho longo,
Atravessa comigo as planícies
Onde as oliveiras acenam ao céu
E as gentes ainda contam as horas do dia.

Chegaremos juntos ao outro lado,
Onde o Sol adormece todos os fins de tarde
Vendo os amores que se fazem nas areias
E a espuma que se desfaz no fim da vida.

Agarra a melancolia do Inverno
E alimenta, com ela, os meus olhos,
Dá-lhes a ver aquilo de que são feitos
E leva-me a casa, ao meu universo pequenino:
O fundo do mar é o meu destino.

Damon Durham

Damon at 9:51 da tarde